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A Batalha de Los Angeles

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Pânico - O ataque do I-17 a uma refinaria em Santa Bárbara desencadeou uma onda de histeria na costa oeste dos EUA, dando origem ao mito de uma incursão alienígena.

Ao final do crepúsculo de 23 de fevereiro de 1942, o submarino japonês I-17, comandado pelo capitão Kozo Nishino, emergiu ao largo da costa de Santa Bárbara, na Califórnia. Seu objetivo era atacar as instalações de a Refinaria de Ellwood, situada próximo à costa. Durante 20 minutos, os tanques de combustíveis, piers e outras benfeitorias foram bombardeadas pelo canhão de convés do submarino. Apesar do relato do capitão ao comando superior, informando que o ataque "deixara as instalações em chamas", os danos foram mínimos. O maior dano causado ao inimigo foi o psicológico.

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O ataque japonês foi o suficiente para desencadear uma onda de histeria na população da costa oeste dos EUA, que passou a temer uma invasão iminente do Japão ao território norte-americano.

Ainda sob os efeitos do ataque de surpresa à Pearl Harbor, ocorrido em dezembro, a guarnição do Exército responsável pela segurança de Los Angeles entrou em estado de alerta máximo. Os artilheiros de uma bateria de defesa antiaérea, com os nervos à flor da pele, passaram a enxergar aviões inimigos na noite seguinte.

Bastou uma peça de artilharia abrir fogo contra um blimp (dirigível) para que a guarnição inteira desse início a uma grande fuzilaria. O volume de fogo foi de tal forma intenso que provocou uma verdadeira chuva de projetis sobre a cidade, atingindo várias residências e veículos civis.

O jornal Los Angeles Examiner publicou em sua manchete de capa: BATALHA AÉREA FURIOSA SOBRE LOS ANGELES. A convergência dos fachos de luz, oriunda dos potentes projetores Sperry, criou uma área de grande luminosidade no céu, que alguns leigos identificaram como um objeto voador. Para piorar ainda mais a situação, interessado em mobilizar a população para o esforço de guerra, o Exército dos EUA não esclareceu o episódio, anunciando que o alarme fora real (link).

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Após a guerra, a cada vez maior prevalência da cultura de massa sobre o relato histórico popularizou uma versão inusitada: o incidente fora uma incursão alienígena.

A imaginação de vários autores acabou materializada na produção de um sem-número de livros, revistas, artigos de jornais, documentários e filmes de cinema dissociados da realidade. Todavia, poucos sabem que uma incursão inimiga real seria desencadeada meses depois, contra o Brasil. Assista o vídeo (link)

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Quando a realidade supera a ficção

No início de agosto daquele ano, um grande ataque naval seria desfechado contra os principais portos e linhas de navegação brasileiros. Não um, mas dez submarinos alemães foram encarregados da maior ofensiva da Alemanha Nazista contra um país das Américas. Os danos causados por este ataque maciço seriam capazes de provocar o pânico na população brasileira numa escala muito superior ao visto nos EUA.

O ataque encontraria o Brasil em uma delicada situação política: o ditador Getúlio Vargas estava impossibilitado de sair da cama devido aos graves ferimentos sofridos num acidente automobilístico; a nação sofria com a escassez de combustíveis e de alimentos; e ainda estava em curso uma grave crise institucional entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Guerra. Por tudo isso, as consequências políticas do ataque nazista seriam imprevisíveis.

Desde o ano anterior, o Presidente Roosevelt e o Departamento de Estado norte-americano refreavam o ímpeto do War Department em desembarcar suas tropas no Brasil conforme os planos da Operação Pot of Gold — mesmo contra a vontade das autoridades locais. Numa discussão acalorada, o General Dutra, Ministro da Guerra, chegou a advertir o adido militar dos EUA que mandaria abrir fogo caso houvesse um desembarque não autorizado.

Com os planos militares dos EUA ainda seriamente obstados pela resistência dos militares brasileiros, a possível deposição de Getúlio Vargas — em quem Roosevelt confiava — pelo Ministério da Guerra forneceria a desculpa ideal para a invasão do Nordeste por tropas norte-americanas. Num cenário onde a realidade supera a ficção ufológica, os horrores da Segunda Guerra Mundial teriam lugar em várias cidades nordestinas.

No início de agosto de 1942, o Grande-Almirante alemão Karl Dönitz recebeu a ordem para desencadear a Operação Brasil. A sorte dos brasileiros estava lançada.

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Fontes:

http://theaquariusbus.com/the-battle-of-los-angeles-%E2%80%A2-a-jose-escamilla-documentary/

http://aoghs.org/petroleum-in-war/wwii-sub-attacks-oilfield/

http://goletahistory.com/attack-on-ellwood/

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