Ocaso britânico
Desastre inglês - O Porta-aviões Hermes afunda em chamas após ser atingido por aviões japoneses próximo ao Ceilão. (Fonte: Wikimedia Commons)
No começo de 1942, a esquadra britânica vinha sofrendo seguidos e dolorosos reveses no Oriente. Em dezembro, a perda do Encouraçado HMS Prince of Wales e do Cruzador HMS Repulse calou fundo no orgulho britânico. Em 31 de março, uma Força-Tarefa sob o comando do Almirante Jisaburo Ozawa, centrado no porta-viões Ryujo, atacou e afundou 23 navios britânicos na Baía de Bengala.
Na manhã do dia 05 de abril , o Almirante Nagumo lançou seu porta-aviões (91 bombardeiros e 36 caças ) contra Colombo, no Ceilão. O destróier britânico Tenedos e o navio mercante armado Hector foram destruídos nesse ataque. Os japoneses abateram 19 dos 42 caças da RAF, com a perda de apenas sete unidades.
No caminho de volta, mais destruição. Da frota aérea que atacou Colombo, 50 aeronaves no retorno da missão encontraram e afundaram os cruzadores pesados britânicos Dorsetshire e Cornwall, matando 424 tripulantes.
Em 9 de abril, Nagumo lançou um ataque em Trincomalee, na costa oriental do Ceilão. Os japoneses derrubaram cinco das 27 aeronaves inglesas e afundaram um navio mercante. Na viagem de volta, encontraram o Porta-Aviões Hermes, o destróier australiano HMAS Vampire, a corveta britânica Hollyhock , e dois navios-tanque. Foi um massacre. Todos os navios Aliados foram afundados. Somente no Hermes morreram 307 marinheiros (mapa). Em pânico, a esquadra britãnica foi obrigada a refugiar-se no leste da África, a fim de evitar a destruição total. Nos dois ataques devastadores, Nagumo lamentou a perda de apenas 18 aeronaves.
Em dezembro, a derrota em Cingapura expulsara os britânicos do Oceano Pacífico. Desta feita, as derrotas de abril ameaçavam expulsar a Marinha Real do Oceano Índico. Conjugadas à perda da Birmânia e do sudeste asiático, os reveses navais ingleses acabaram por fazer desmoronar a resistência Aliada na China, agora impossibilitada de receber o apoio material do Ocidente.
A situação crítica ia ainda mais além. Na Índia, ante a real possibilidade de se verem livres do longo domínio colonial britânico, diversos movimentos nacionalistas
colocaram o país em ebulição. Mahatma Gandhi foi preso pelas autoridades inglesas ao emitir um ultimatum para a saída dos governantes estrangeiros do seu país.
Esta era a situação inglesa durante o verão (do Hemisfério Norte) em 1942. O Império Britânico, que orgulhosamente se gabava de o sol nunca se por em seus domínios, agora era ofuscado pelo sol nascente nipônico. A derrota e a expulsão das forças terrestres Aliadas no leste asiático não era uma possibilidade a ser considerada, mas um evento cada vez mais próximo.
Mais do que nunca, a colaboração brasileira era necessária para que o suporte logístico Aliado pudesse chegar ao Oriente, numa tentativa desesperada para deter o avanço japonês.
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