Traidores do Brasil
Traidor da Pátria - Cauby C. Araújo, Presidente da Panair do Brasil, é julgado por crime contra a segurança nacional (Fonte: Diário Carioca/Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional)
As decisões estabelecidas em um acordo secreto de cooperação militar entre o Brasil e os EUA foram contrárias às demandas do Ministério da Guerra. Conduzidas por Oswaldo Aranha, as negociações enfureceram as autoridades militares.
O Exército Brasileiro era frontalmente contra a vinda de tropas terrestres dos EUA para o território nacional, não admitindo que a condução das operações militares pudesse ser entregue nas mãos dos estrangeiros. Por seu turno, os norte-americanos necessitavam da total colaboração dos brasileiros, a fim de que diversas bases aéreas e navais no Norte-Nordeste pudessem ser construídas e ampliadas. Mais do que necessidade urgente em apoiar os teatros de operações da Ásia, África e Extremo Oriente, a vitória na Batalha do Atlântico era fundamental para o sucesso Aliado.
Em resposta às gestões de Aranha, Cauby C. Araújo, Presidente da Panair do Brasil, foi preso sob a acusação de ter cometido crime contra a segurança nacional. A empresa era a responsável pelas obras de construção/ampliação da estrutura aeronaval utilizada pelos EUA no Brasil. A Promotoria chegou a requerer a Pena de Morte para o indiciado – chamado pela imprensa de traidor. O réu seria julgado e inocentado pelo Tribunal de Segurança Nacional apenas no ano seguinte.
Em meados de 1942, com a maré da guerra amplamente favorável ao Eixo, apenas um evento de grande repercussão poderia resolver o impasse entre os militares brasileiros e norte-americanos.
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